sábado, 30 de janeiro de 2010

♫JOGO DE SAIR PARA OUVIR AS VOZES♫

Aprendi o Jogo de "Sair para Ouvir as Vozes" com meu profº de Folclore da Faculdade de Musicoterapia, FERNANDO LÉBEIS, que infelizmente não está mais entre nós, mas, deixou uma imensa contribuição para a Cultura Brasileira devido aos anos de estudo e prática que dedicou ao Folclore e a Cultura Popular Brasileira.

Segundo o profº Fernando Lébeis, este jogo veio de Portugal e só funciona se cumprirmos rigorosamente as suas etapas. O jogo parece muito simples mas realizá-lo requer muita concentração. Quando a minha turma fez este jogo encontrou muitas dificuldades porque somos seres falantes e não prestamos tanta atenção na massa sonora que nos envolve diariamente, mas, nós conseguimos cumprir as regras e o resultado foi belíssimo!

O JOGO:

Pode ser realizado por alunos do 8º e 9ºano do ensino fundamental, mas, é mais indicado para adultos como por exemplo uma equipe de professores de uma escola.

Começa-se o jogo Assim: todos devem ter certeza de que desejam participar e cumprir rigorosamente as regras.

*A primeira regra é de que todos do grupo deverão "sair para ouvir as vozes" na rua, num período de tempo de 20 a 30 minutos (nada além disso). No caso do trabalho realizado com os alunos eles deverão andar pela escola, pois, na rua seria inviável sozinhos.

*A segunda regra diz que nenhum dos participantes poderão falar qualquer palavra seja com quem for; não pode falar com ninguém do grupo, nem com pessoas que passam na rua, mesmo que alguém te cumprimente, te chame ou fale com vc. Você deve fugir de qualquer contato sem explicar os motivos. Deve passar o tempo estipulado apenas ouvindo e guardando o maior número de informações que conseguir ouvir.

*A terceira regra diz que passados os minutos estipulados o grupo deve retornar sem falar e colocar num papel as coisas mais importantes que ouviram. Depois de escrever o que ouviram, todos podem voltar a falar e agora contar o que ouviram e observaram no contexto das palavras ouvidas, o que é que estas palavras dizem sobre si mesmo.

*Todos do meu grupo +ou- 30 pessoas, trouxemos diversos temas que tinham tudo haver com a história de vida de cada um. Parecia mágica ou vidência! Então sugiro que façam com os professores primeiro e vejam o resultado. Depois tentem fazer com os alunos conforme o perfil das suas turmas.

Saudações Sonoras!

*Esta postagem é para homenagear um grande Mestre, Folclorista, Griôt, uma pessoa iluminada a qual tive o prazer de conhecer, conviver, e a oportunidade de aprender muitas coisas sobre a cultura brasileira. Salve FERNANDO LÉBEIS! (in memorian)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

*O Maior Evento da Etnia Guarani Será Registrado por Indígenas Guarani-Mbya Capacitados no Projeto Vídeos Nas Aldeias*


Mais uma equipe de cinegrafistas, formada por indígenas Guarani, estará presente na realização do Encontro dos Povos Guarani da América do Sul - Aty Guasu Ñande Reko Resakã Yvy Rupa para registrar este, que é um dos maiores eventos da etnia.Ariel Ortega, Jorge Morinico e Germano Benites são Guarani-Mbya e foram capacitados pelas oficinas de vídeo do Ponto de Cultura Vídeo nas Aldeias de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que começaram a ser realizadas desde 2007.
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O grupo participou da primeira oficina intensiva, com duração de aproximadamente dois meses, e, em meados de 2008, os seus registros resultaram no filme Duas Aldeias numa Caminhada. O longa metragem, de 1 hora e 5 minutos de duração, é falado em guarani e foi consagrado, em 2009, como melhor filme pelo Fórum Doc, do Festival de Cinema Etnográfico de Belo Horizonte. O filme, compactado em uma versão de 48 minutos, já foi exibido na TV Cultura e projetado nos Estados Unidos da América e Canadá.
O grupo Guarani-Mbya, que conta com uma nova integrante, Patrícia Ferreira, também formada na oficina de capacitação do Ponto de Cultura Vídeo nas Aldeias, já gravou novo material, em dezembro de 2009, que será editado este ano resultando em um novo filme dos cinegrafistas sobre a etnia Guarani.
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Todo o material gravado durante o Encontro dos Povos Guarani da América do Sul resultará em documentário que será disponibilizado no Blog do encontro. O filme Nós e a cidade pode ser assistido no Blog em uma curta versão, dublada em português, de 5 minutos, na área Vídeos.Saiba mais sobre o Projeto Vídeo Nas Aldeias no seguinte endereço eletrônico.
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O ENCONTRO OCORRERÁ ENTRE OS DIAS 02 A 05/02/2010, NA ALDEIA INDÍGENA TEKOHA AÑETETE, LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE DIAMANTE D'OESTE - PARANÁ - BRASIL.
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Acompanhe as notícias do Encontro em blogs.cultura.gov.br/encontroguarani(Heli Espíndola - Comunicação/SID)
Comunicação SID/MinCTelefone: (61) 2024-2379E-mail:
identidadecultural@cultura.gov.brAcesse: www.cultura.gov.br/sidNosso Blog: blogs.cultura.gov.br/diversidade_culturalNosso Twitter: twitter.com/diversidademinc

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

♫A MÚSICA DOS CHIFRES OCOS E PERFURADOS♫



Nas capoeiras de Mamanguape pasta uma notável população de veados. Vivem soltos e perseguidos pelos caçadores impenitentes.Muitos vão dar na praia enlouquecidos pela perseguição. Ficam bêbedos de cansaço e desespero. Nestas circunstâncias, não é difícil ser abatido pelos esquivos pescadores que gostam muito de carne. O peixe é prato de todos os dias. Vez por outra não faz mal variar de alimentação. E assim a espécie de galhudos vai rareando. Entretanto, a maioria dos caçadores não lhes comem a carne e até a abandonam nos matos. Tirado o couro, gostam de chegar com o troféu, exibindo-o, só pelo prazer de ostentá-lo — e mais nada. A caça verifica-se em dias certos. Não se faz assim de repente apenas pela alegria da aventura. Veado nem sempre pode ser pegado pelos cachorros e pelas balas de espingarda.

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O motivo da escolha cuidadosa da ocasião de persegui-lo vem de certo fato bem notório que toda gente entendida no negócio proclama como absolutamente verdadeiro. Existe nos tabuleiros alguns veados chefes de bando que costumam reunir o seu "poro'" para um remoer mais demorado na tranqüilidade. A convocação é feita por intermédio de harmoniosa música que toca a todos os corações. Ninguém poderá ouvi-la sem ficar inteiramente dominado e vencido nos seus propósitos inferiores.


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A beleza tem disso: amolece as energias empregadas no sentido do mal. E como caçar não deixa de ser impiedade, fica adiada a perseguição, fica para outro dia, pois o caçador foi posto à margem, é supersticioso e não ama contrariar as forças da natureza quando elas se manifestam tão maravilhosamente.

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A demonstração de intensa melodia (notas estranhas e deliciosas já bem conhecidas do homem que corre as matas de arma ao ombro e sacola de balas a tiracolo) vem como sinal de advertência generosa. Quem transgredir a norma histórica terá de arcar com as consequências nem sempre agradáveis. As surpresas então podem tornar-se constantes e prejudiciais. E não há necessidade de enfrentá-las assim de caso pensado. O melhor é aguardar outra vez. Fica para amanhã. Fica para depois. Em qualquer tempo é tempo para o "prazer da perseguição". Aquela música divina não é ouvida com freqüência, é mesmo coisa um tanto rara nas sextas-feiras, nos sábados e nos domingos. Nos outros dias da semana a caça não se faz de preferência por causa do trabalho de campo e outras obrigações de ganha-pão a que o homem se acha sujeito. Portanto, não convém ir de encontro às determinações dos deuses ocultos que dirigem os movimentos na floresta.

Rebanhos enormes se reúnem em torno dos galhudos. Estes ficam no meio como que dirigindo a sessão. Em torno se encontra a veadaria deitada em remansoso descanso. Os mateiros mais afoitos se arrastam cautelosamente até lá com o fim de apreciar o concerto incomparável. Impõe-se muito cuidado para evitar o menor barulho. Qualquer atrito de folha seca é razão para que os ouvidos fiquem logo atentos. Fiquem à escuta para uma arrancada louca na precipitação. Mas quando acontece tal curiosidade é porque prevaleceu o enfeitiçamento do caçador arrastado pelos encantos da música que tem qualquer coisa de sortilégio. Não tem preocupações de fazer mal. Chega mesmo a abandonar as armas para melhor facilitar a aproximação sutil nos seus movimentos de caçador.

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Os veados velhos mostram cada qual vinte e três chifres ocos e perfurados como flauta. O vento sopra com suavidade de nordeste. E faz arrancar dos chifres os sons mais sentidos de completa orquestra que toca para amenizar a vida perseguida e mesmo infeliz da raça tão esperta quanto ágil. De uma raça que entre os animais da região faz às vezes do judeu escorraçado pela inveja dos que não possuem predicados de inteligência e habilidade. A reunião prossegue pela noite a dentro. Não é difícil apurar o ouvido para sentir na madrugada fria dos tabuleiros as melodias mais belas que o vento arranca dos vinte e três chifres ocos e perfurados como flauta.


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Depois vem a dispersão. Cada qual para o seu canto. E que tratem todos de livrar-se da sanha criminosa dos seus perseguidores. O fim da semana é para se viver debaixo da maior cautela. Muito cuidado. Ainda assim é quando o caçador consegue livremente exercer a sua diversão que tanto tem de extravagante e sedutora como ainda de injusta. Sai para matar sem levar na alma menor sombra de preocupação com os imprevistos que lhe possam acontecer.



*(Vidal, Ademar. Lendas e superstições; contos populares brasileiros. Rio de Janeiro, Empresa Gráfica O Cruzeiro, 1950, p.227-228)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

♫ARARUNA - MÚSICA E DANÇA FOLCLÓRICA DO RIO GRANDE DO NORTE E DO PARÁ♫

♫A MÚSICA ARARUNA TEM ELEMENTOS INDÍGENAS E SEU NOME EM TUPI SIGNIFICA PÁSSARO PRETO. SÃO RESQUÍCIOS DE VIVÊNCIAS PRÓXIMAS A NATUREZA. EIS A MÚSICA E A DANÇA PARA LEMBRAR OU CONHECER:
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♫ARARUNA♫
(Música Folclórica)
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Eu tenho um pássaro preto, Araruna
Que veio lá de Natal, Araruna
*(2 vezes)*
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*(Refrão)*
Xô, xô, xô Araruna (3 vezes)
Não deixa ninguém te pegar, Araruna!
Xô, xô, xô Araruna (3 vezes)
Não deixa ninguém te pegar, Araruna!

*DESENVOLVIMENTO DA DANÇA DA ARARUNA*
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Dança de pares formando círculos concêntricos e executando passos laterais. No estribilho, dão meia-volta em torno de si mesmos, batem os ombros, terminando com forte batida de pé. A letra da canção faz referência a um passo de mesmo nome, oriundo do Pará. O acompanhamento musical é feito com viola, violão, pandeiro e acordeão. No Rio Grande do Norte apresenta-se em calendário flexível. No Amazonas, com o nome de Iraúna, inclui pequena encenação, e a banda musical é composta por tambores, cavaquinho, violão e, às vezes, um clarinete, sendo dançada durante as festas juninas.

*PODE SER REALIZADA SÓ COM O CANTO E DANÇA, COM ALUNOS NAS ESCOLAS.
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

*FORUM SOCIAL MUNDIAL - 10 ANOS: A CULTURA INDÍGENA EM EVIDÊNCIA*


*DE 25 A 29 DE JANEIRO DE 2010 - PORTO ALEGRE*
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*SID/MinC participa de quatro mesas de debate:
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O Ministério da Cultura marcará presença na décima edição do Fórum Social Mundial, que acontece de 25 a 29 de janeiro, no Rio Grande do Sul. Este ano, as atividades do FSM 2010 se desenvolverão de forma descentralizada e o estado gaúcho sediará em sete cidades (Porto Alegre, Gravataí, Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapiranga e Sapucaia do Sul) o Fórum Social Mundial 10 Anos: Grande Porto Alegre, que abrirá o FSM 2010 e que terá mais de 500 atividades.
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A Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC) participará de quatro mesas de diálogo da programação do evento. Duas delas tratarão de temas sobre as Culturas Indígenas e o movimento Hip Hop. Também estará presente nas mesas de debate sobre A Convenção da Diversidade Cultural e os Governos Locais e A Participação Social no Contexto da América Latina. Esta última terá a apresentação do projeto Vidas Paralelas, uma parceria dos Ministérios da Cultura e da Saúde, da Rede Escola Continental em Saúde do Trabalhador, da Universidade de Brasília, e apoio das Centrais Sindicais.
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*Vidas Paralelas
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(Novo Hamburgo, Acampamento Intercontinental da Juventude, Estande Espaço Saúde e Cultura Mercedes Sosa, dia 25, às 12h; Porto Alegre, Mezanino da Usina do Gasômetro, dia 26, às 16h).
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A SID/Minc iniciará sua participação no FSM nas mesas integradas pelo projeto Vidas Paralelas, uma ação inovadora no campo da cultura e da saúde do trabalhador, que já foi implantado em 18 estados brasileiros, beneficiando 420 trabalhadores por meio da expressão artística, principalmente a produção de fotografias e vídeos que revelam o cotidiano e a realidade vivida no seu ambiente de trabalho.
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Do total de fotos produzidas durante todo o primeiro ano do projeto, 15 foram selecionadas para participar de uma exposição digital, que será inaugurada no dia 25, em Novo Hamburgo, durante o lançamento do Vidas Paralelas no FSM. A exposição das fotos também irá para Porto Alegre, no dia 26, na Usina do Gasômetro.
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O projeto Vidas Paralelas fará parte, ainda, de uma mesa-redonda que discutirá a Participação Social no Contexto da América Latina, no dia 26, em Porto Alegre e que terá a coordenação da chefe da Divisão de Implementação da SID/MinC, Thais Werneck.
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Culturas Indígenas
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(Canoas, Auditório Centro Universitário La Salle, dia 27, das 15h às 18h)
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Na mesa internacional Culturas Indígenas, a SID/MinC será representada pelo coordenador-geral de Fomento à Identidade e Diversidade, Marcelo Manzatti, que falará sobre o trabalho que está sendo desenvolvido pela Secretaria para a promoção e proteção das Culturas Indígenas no Brasil.
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A mesa será composta ainda por Roberto Espinosa, representante da Coordenadoria Andina de Organizações Indígenas (CAOI), Romancil Cretã, do Conselho Nacional de Política Cultural e presidente da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ARPIN-Sul), por Sergio Hinojosa Singuri, liderança Quechua da Bolívia, e por Daniel Munduruku, do Instituto Indígena Brasileiro para a Propriedade Intelectual.
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Cultura Hip Hop
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(Canoas, Auditório Centro Universitário La Salle, dia 29, das 10h às 13h e às 21h)
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No dia 29, a Cultura Hip Hop estará em evidência. O secretário da SID/Minc, Américo Córdula, participará da mesa de diálogo sobre o Processo Emancipatório do Hip Hop, das 10h às 13h. Córdula falará como a cultura do segmento, que se originou nos guetos de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, se desenvolveu e ganhou características próprias no Brasil desde a década de 80.
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Fazem parte também da mesa de debates: Adriano de Jesus, da Ação Educativa/SP; Dudu do Morro Agudo, da Rede Enraizados/RJ; Diego NoiseD do Instituto Trocando Idéia/RS; Fabio Kossmann da Nação Hip Hop e Def Yuri da Aliança Hip Hop.Ainda no dia 29, sexta-feira, às 21h, haverá o lançamento do 1º Edital Prêmio Cultura Hip Hop 2010 - Edição Preto Ghóez, que contemplará este ano, 92 iniciativas, somando um total de R$ R$ 1,2 milhão em prêmios e será realizado em parceria com a Organização Ação Educativa (SP) e o Instituto Empreender (DF).
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*Convenção da Diversidade Cultural
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(São Leopoldo, Centro Cultural José Pedro Boéssio, dia 27, às 14h)
O secretário da SID/MinC representará o Governo Federal na mesa-redonda que abordará A Convenção da Diversidade Cultural e os Governos Locais. Américo Córdula participa da mesa cujo tema será Os Governos Locais Diante da Convenção, juntamente com Daniel Zen, secretário da Cultura do Estado do Acre e presidente do Fórum Nacional dos Secretários Estaduais de Cultura; Jandira Feghali, secretária da Cultura do Rio de Janeiro e presidente do Fórum Nacional dos Secretários Municipais de Cultura; e Luís Repetto, ex-ministro da Cultura do Peru, especialista da área de Patrimônio Cultural e Museus e professor da PUC-Lima.
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*Os 10 anos do FSM
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O Fórum Social Mundial é um espaço internacional para a reflexão e organização de integrantes de movimentos sociais, entidades, organizações-não governamentais e representantes do setor público que estão construindo alternativas para favorecer o desenvolvimento humano em seus países e nas suas relações internacionais. O evento reúne, desde 2001, representantes de todos os continentes que participam de atividades como debates, seminários, atividades culturais, marchas e espaços abertos para a interação direta.
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A primeira reunião do FSM foi realizada em 2001, na cidade de Porto Alegre, entre 25 e 30 de janeiro, com o objetivo de se contrapor ao Fórum Econômico Mundial, tradicionalmente realizado em Davos, na Suíça. Esse Fórum tem cumprido, desde 1971, papel estratégico na formulação do pensamento e das políticas neoliberais, até a última crise econômica mundial, bastante difundida em todo mundo.
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Ao longo dos dez anos de atividade, o Fórum Social Mundial foi realizado quatro vezes na capital gaúcha (2001, 2002, 2003 e 2005). Em 2004, pela primeira vez, em Mumbai, na Índia. A decisão foi tomada pelo Conselho Internacional do FSM como parte do processo de construção de sua internacionalização.
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A edição do FSM em 2006 foi policêntrica, ou seja, ocorreu de forma descentralizada, em diferentes lugares do mundo. Três cidades sediaram o FSM 2006: Bamako (Mali - África), Caracas (Venezuela - América) e Karachi (Paquistão - Ásia). Em 2007, o local escolhido foi Nairóbi, no Quênia. Em 2008, o Conselho Internacional do FSM decidiu fazer, ao invés de um evento centralizado, uma semana de mobilização e ação global, marcada por um dia de visibilidade mundial, que foi realizado em 26 de janeiro.
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Em 2009, o FSM voltou para o Brasil, reunindo representantes dos cinco continentes na cidade de Belém do Pará. Durante seis dias, no final de janeiro, cidadãos, movimentos e organizações de 142 países se encontraram na capital paraense. 113 mil pessoas participaram de 2.300 atividades diferentes. O evento teve, desta vez, a participação significativa do segmento indígena. Mais de 1.300 representantes de povos indígenas estiveram presentes no IX FSM.
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O Fórum Social Mundial 10 anos - Grande Porto Alegre abrirá a série de eventos do Fórum. O conselho Internacional programou, para este ano, mais 20 fóruns que serão realizados, no decorrer de 2010, em cinco continentes do mundo.
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Acesse o sítio do FSM 2010: www.fsm10.org(Heli Espíndola- Comunicação/SID/MinC)
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*FONTE:
Comunicação
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

♫SALVE SÃO SEBASTIÃO PADROEIRO E PROTETOR DO RIO DE JANEIRO - CIDADE MARAVILHOSA!♫

Sebastião (Gilberto Gil e Milton Nascimento)
Sebastian, Sebastião
Diante de tua imagem
Tão castigada e tão bela
penso na tua cidade
Peço que olhes por ela
*
Cada parte do teu corpo
Cada flecha envenenada
Flechada por pura inveja
é um pedaço de bairro
é uma praça do Rio
Enchendo de horror quem passa
*
Oô cidade, oô menino
Que me ardem de paixão
Eu prefiro que essas flechas
Saltem pra minha canção
Livrem de dor meus amados
*
Que na cidade tranqüila
Sarada cada ferida
Tudo se transforme em vida
Canteiro cheio de flores
pra que só chorem, querido,
Tu e a cidade, de amores

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

♫A LENDA DO UAKTI: UM SER MÁGICO QUE TERIA DADO ORIGEM À FLAUTA DE BAMBU♫

Uma antiga lenda conta que existiu na Terra um ser mágico chamado Uakti, cujo corpo era repleto de buracos que, ao serem penetrados pelo vento, produziam um som de grandiosa beleza. A melodia encantava as mulheres da aldeia dos índios tucanos, as quais por Uakti instantaneamente se enamoravam.
*
Os homens da aldeia, por despeito e ciúme, uniram-se para caçar e matar Uakti. Atacaram-no e mataram-no com tal veemência, que de seu corpo só restaram pedaços que foram enterrados próximo à taba.

No local, primaveras mais tarde, brotaram plantas cilíndricas e longas, curiosamente ocas e enogadas. Nascia ali um bambuzal e quando o vento soprava entre os bambus, produzia o mesmo som encantador de Uakti.

Foi então que os homens da aldeia se deram conta que poderiam produzir instrumentos daqueles bambus para seduzir as mulheres. Passaram então a fazer flautas de bambu para encantar suas amadas com a beleza do som do instrumento.

*Fonte:

http://images.quebarato.com.br/photos
http://www1.prefpoa.com.br

sábado, 16 de janeiro de 2010

♫OS DEUSES E A CRIAÇÃO DA MÚSICA♫


No começo, nada existia sobre o mundo terrestre, que produzisse a doce melodia ou suave harmonia. Ninguém celebrava com alegres vozes ou feitos mortais, ou tocava qualquer instrumento musical. A melodiosa arte e a divina ciência na combinação de sons, era desconhecida, nenhum conjunto de orquestra havia sido organizado. Homem algum exercia a sacra arte da música e não compunham nem executavam peças musicais.

Um dia, o imortal Anhum, Deus do Canto e neto de Tupã, o Criador, desceu dos céus e veio passear no lendário eldorado, às margens do rio Araguaia, em compania da Deusa Solfá sua noiva, e ao entardecer, o Deus ficou muito triste, porque a vida dos homens era envolvida num tenebroso silêncio.

Então, Anhum, desejando manifestar os diversos afetos de sua alma à amada e divina Solfá, convocou no Ibiapava os Deuses, os semi-deuses, os homens, e depois de muito discutirem, resolveram sob a orientação do Deus Melódico, erigir à Tupã, três altares de pedra e celebrar suave dança.


Feito isso, Anhum chamou a semi-deusa Araci, em primeiro lugar, e ela desenhou na madeira uma pauta composta de cinco linhas e quatro espaços, e além destas, outras linhas e outros espaços, pondo nome nas primeiras de naturais e nas segundas, de suplementares superiores e inferiores.



Em segundo lugar, convocou Vapuaçú Deus dos sonhos amenos e das suaves ilusões que criou as sete claves, representadas por três interessantes figuras as quais deu o nome de Sol, Fá e Dó.

Em terceiro lugar, chamou Abeguar que rapidamente colocou sobre as linhas sete pontos que foram chamados de notas. Determinou que cada clave daria seu nome à nota que fosse assinada sobre a mesma linha e consequentemente, determinaria os nomes de todas as demais notas que estivessem nas outras linhas e espaços. Finalmente o próprio Anhum deu nome às notas que subindo são: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.



Depois, Manati formou a primeira harmonia aplaudido por todos. Em seguida, o poderoso Guarací, executou o primeiro ritmo cadente e a primeira canção. Tujubá, o poderoso mortal, apresentou os primeiros acidentes, Sustenidos e Bemóis; formou as escalas; e criou os tons, os semitons e os intervalos. Solfá criou o primeiro cântico divino. O Saci pintou as notas de preto e deu valor a cada uma.

Quando tudo estava concluído, Tupã ficou muito satisfeito e abençou a música que tornou-se divina. O povo unindo suas vozes aos imortais louvou o amável Zéfiro e a fresca aragem; terminada a curta e bela oração que Tujubá ofereceu a Tupã, os deuses, tendo à frente o divino Inochiuê (Deus protetor das virgens), regressaram aos céus e nas verdejantes campinas quem circundavam o Eldorado, Anhum e Solfá, louvaram em um grande e solene canto, “O sagrado Tupã e sua poderosa filha Caupé”.

E foi assim que nasceu a mais linda e envolvente de todas as arte: a MÚSICA.
*Fonte:
*PINTO, Wilson. AS MAIS BELAS LENDAS BRASILEIRAS. Santa Catarina: Edições Excelsus.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

*ENCONTRO DOS POVOS GUARANI DA AMÉRICA DO SUL* 02 A 05/02/2010 NO PARANÁ - BRASIL*



A aldeia indígena Tekoha Añetete, localizada no município de Diamante D’Oeste, Paraná, sediará, entre os dias 02 e 05 de fevereiro de 2010, o Nhemboaty Guasu: Nhande Reko Resakã Yvy Rupa - Encontro dos Povos Guarani da América do Sul. O encontro, realizado pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural, reunirá cerca de 800 indígenas Guarani da Bolívia (Chiriguano), do Brasil (Kaiowa, Ñandéva e Mbya), do Paraguai (Ache-Guayaki, Kaiowa, Mbya e Ava-Guarani) e da Argentina (Mbya).


O encontro tem como objetivo principal criar uma nova perspectiva de intercâmbio cultural que fortaleça a relação entre os Guarani e reduza o abismo existente entre essas populações e os não-índios. Pretende ainda difundir a cultura dos Povos Guarani e contribuir para uma visão mais ampla da temática indígena no Brasil e na América do Sul.


O Encontro dos Povos Guarani da América do Sul reunirá, além das lideranças indígenas da etnia, autoridades e convidados dos países participantes. Os dois primeiros dias do evento serão dedicados às plenárias constituídas exclusivamente por indígenas. O terceiro e último dia de reunião serão dedicados à apresentação das considerações e deliberações tomadas em assembléia às autoridades presentes.


Já estão confirmadas as participações dos ministros da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, e do Paraguai, Ticio Escobar. A Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural, que desenvolve, desde 2005, um trabalho de fortalecimento e reconhecimento das culturas indígenas, será representada, no evento, pelo secretário da Identidade e da Diversidade Cultural, Américo Córdula.



Para o antropólogo Rubem Ferreira Tomaz de Almeida, coordenador do projeto que embasou a realização do encontro, esta será “uma oportunidade muito importante para os Guarani se relacionarem e discutirem questões básicas da etnia dos países participantes”. Rubem Almeida destaca como ponto fundamental o fato do encontro ser protagonizado pelos próprios índios. O antropólogo acrescenta que os dois dias, destinados à participação apenas de indígenas, serão fundamentais para eles discutirem os seus problemas e produzir os documentos que serão apresentados às autoridades no último dia.


A realização do Encontro dos Povos Guarani da América do Sul tem a parceria da Itaipu Binacional, da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), das prefeituras de Diamante D’Oeste e de Foz do Iguaçu, das Secretarias de Educação e de Cultura do Paraná, da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e do Exército Brasileiro. O Instituto Empreender é responsável pela produção executiva do evento. Além delas, o projeto ganhou o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Fórum dos Ministros de Cultura dos países do Mercosul.


Os Guarani do BrasilOs povos Guarani fazem parte das mais de 220 etnias existentes no Brasil. Os cerca de 65 mil Guarani, situados, sobretudo, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, formam o grupo étnico mais numeroso do país.


Apesar da luta pela manutenção de suas reservas, da pouca disponibilidade de terras para o cultivo de suas lavouras tradicionais e das mudanças tecnológica introduzidas em suas aldeias, os Guarani, ao contrário do que apontavam estudos anteriores, têm conseguido manter o seu Teko (maneira de ser, de pensar, de se comportar, sua ideologia e forma de ver o mundo).


Ações do MinC para proteção e promoção da Cultura IndígenaO protagonismo dos povos indígenas e, principalmente, a promoção de suas culturas, tem sido uma preocupação do Ministério da Cultura que, por meio da Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural (SID), criou, em 2005, um Grupo de Trabalho específico para a discussão do tema. O MinC instituiu, em 2006, o Prêmio Culturas Indígenas, que, em duas edições, premiou cerca de 200 iniciativas culturais desenvolvidas nas aldeias.


Ainda em 2007, o Ministério da Cultura criou a ação Fomento e Valorização das Expressões Culturais e de Identidade dos Povos Indígenas, com o objetivo de identificar, valorizar e dar visibilidade às expressões culturais e de identidades protagonizadas pelo segmento.


A SID/MinC apoiou também a realização de diversos eventos, como a exposição Jogos e Brincadeiras do Povo Kalapalo, composta por 84 fotografias que revelam diversos aspectos culturais dessa etnia do Alto Xingu (MT) e o Festival Vídeo Índio Brasil, edições 2008 e 2009, idealizado pela Associação Amigos do Cine Cultura de Campo Grande/MS.


Mais recentemente, a SID assumiu a coordenação do processo de implantação de 165 Pontos de Cultura Indígena no âmbito do Programa Mais Cultura.
(Heli Espíndola- Comunicação/SID)


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

♫MÚSICAS FOLCLORICAS PARA A CHUVA E O CASO PLUVIOSO DE DRUMOND♫


♫Sei que a chuva anda fazendo um estrago por aí, mas, também sei que o Rio de Janeiro onde moro teve temperaturas de 49º na última terça-feira e muita gente passa mal com esta fervura toda. Quando eu era criança cantávamos para a chuva sumir, fazíamos desenho do sol no chão para ele aparecer forte e secar a terra para nós brincarmos. Hoje, as temperaturas estão mais altas no Rio de Janeiro e em todo mundo, quero então cantar odes à chuva, não para fazer enchentes que não desejo isso pra ninguém mas, para refrescar. Conheço uma cantiga do Folclore Paulista (a terra da garoa) e uma do Folclore Carioca. ♫Vejamos:


♫CHUVA - Folclore Paulista♫
*
Chuva vai, Chuva vem
Chuva miúda não mata ninguém
Chuva vai, Chuva vem
Chuva miúda não mata ninguém
*
Cai chuva, cai lá do céu
Cai chuva, no meu chapéu
Cai chuva, cai lá do céu
Cai chuva, no meu chapéu


*
♫SANTA CLARA - Folclore Carioca♫
*
Santa Clara Clareou
São Domingos alumiou
Vai sol, vem chuva
Pra molhar dona saúva
*


E PARA QUE A CHUVA NÃO CHOVA TANTO E NOS SEJA REFRESCANTE E NUTRITIVA, EU DEIXO O CASO PLUVIOSO DE CARLOS DRUMOND DE ANDRADE, DESEJANDO UM EQUILÍBRIO TÉRMICO E HÍDRICO EM TODO O MUNDO!


*O CASO PLUVIOSO(Carlos Drumond de Andrade)*

A chuva me irritava.
Até que um dia descobri que maria é que chovia.
A chuva era maria.
E cada pingo de maria ensopava o meu domingo.
E meus ossos molhando, me deixava
como terra que a chuva lavra e lava.

*
Eu era todo barro, sem verdura...
maria, chuvosíssima criatura!
Ela chovia em mim, em cada gesto,
pensamento, desejo, sono, e o resto.

*
Era chuva fininha e chuva grossa,
matinal e noturna, ativa...Nossa!
Não me chovas, maria, mais que o justo
chuvisco de um momento, apenas susto.

*
Não me inundes de teu líquido plasma,
não sejas tão aquático fantasma!
Eu lhe dizia em vão - pois que maria
quanto mais eu rogava, mais chovia.

*
E chuveirando atroz em meu caminho,
o deixava banhado em triste vinho,
que não aquece, pois água de chuva
mosto é de cinza, não de boa uva.

*
Chuvadeira maria, chuvadonha,
chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha!
Eu lhe gritava: Pára! e ela chovendo,
poças dágua gelada ia tecendo.

*
Choveu tanto maria em minha casa
que a correnteza forte criou asa
e um rio se formou, ou mar, não sei,
sei apenas que nele me afundei.

*
E quanto mais as ondas me levavam,
as fontes de maria mais chuvavam,
de sorte que com pouco, e sem recurso,
as coisas se lançaram no seu curso,

*
e eis o mundo molhado e sovertido
sob aquele sinistro e atro chuvido.
Os seres mais estranhos se juntando na mesma aquosa pasta
iam clamando contra essa chuva estúpida e mortal

catarata (jamais houve outra igual).

*
Anti-petendam cânticos se ouviram.
Que nada! As cordas d’água mais deliram,
e maria, torneira desatada,
mais se dilata em sua chuvarada.

*
Os navios soçobram.
Continentes já submergem com todos os viventes,
e maria chovendo.

*
Eis que a essa altura, delida e fluida
a humana enfibratura,
e a terra não sofrendo tal chuvência,
comoveu-se a Divina Providência,
e Deus, piedoso e enérgico, bradou:
Não chove mais, maria! - e ela parou.

*


*Fonte: Cultura Oral.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

PETECA: JOGO INDÍGENA BRASILEIRO

Peteca é o nome dado a um artefato esportivo, utilizado no jogo também chamado "Peteca", de origem indígena-brasileira. A palavra Peteca vem do tupi e significa golpe. Registros históricos indicam que a peteca era utilizada pelos nativos brasileiros como forma de recreação muito antes dos colonizadores portugueses chegarem. Paralelamente aos rituais e festas indígenas o jogo da peteca era praticado, tendo como centro as tribos localizadas no estado brasileiro de Minas Gerais. Através de gerações a tradição de jogar peteca foi se perpetuando, tornando-se enfim o esporte que é hoje.

*
A Peteca é constituída de uma base que concentra a maior parte de seu peso, geralmente feito de borracha (mas pode ser outro material), e uma extensão mais leve, geralmente feita de penas naturais ou sintéticas, com o objetivo de dar equilibrio ou orientar sua trajetória no ar quando arremessada. A Peteca era muito utilizada pelos índios como atividade esportiva para ganho de aquecimento corporal durante o inverno.

*
O jogo esportivo de Peteca guarda certa semelhança com o voleibol e o Badminton, pelo fato de jogar-se, como estes, em um terreno dividido por uma rede. O elemento principal do jogo é a peteca, que se golpeia com a mão. A popularidade da peteca como jogo de tempo livre tem crescido constantemente em alguns países europeus, como a Alemanha, onde, para o esporte, existem três federações diferentes.

*
O jogo esportivo oficial contade dois ou mais participantes, utilizando-se as mãos, onde a peteca é arremessada ao ar de um jogador para o outro, evitando que a mesma toque o solo numa área definida. É um esporte praticado em várias regiões do Brasil, e tem como origem o estado de Minas Gerais, proveniente dos índios que habitavam aquela região, que utilizavam tocos de madeira e palha amarrados a penas de aves, arremessando o artefato entre si como forma de diversão. Em 1920 nas olimpíadas de Antuérpia a delegação brasileira levou petecas para seu lazer e encantou os demais países competidores. Em 1936 a peteca foi levada para a Alemanha por um professor visitante que esteve no Brasil. Desde 1973 há confederações no Brasil e em 1986 criou-se a Confederação Brasileira de Desporto Terrestre com um departamento para o jogo de peteca.
*


VOCÊ SABE FAZER UMA PETECA?
É bem simples fazer uma peteca, inclusive pode servir de atividades para as crianças. Pode ser feita de vários materiais como: jornais, tecidos ou borracha Eva. A de jornal dura pouco mas, garante um grande interesse das crianças em fazer e brincar com o brinquedo que criou.

*
PETECA DE JORNAL:
Basta amassar jornal até formar uma bolinha bem firme e cobrir de fita crepe. Em seguida, revista com um papel de sua preferência e passe fita crepe novamente formando uma base com o papel amassado para cima. Pinte a parte de cima com mais de 2 cores de tinta guache ou outro material (giz de cera, lápis de cor etc). Está pronta!!!

*
PETECA DE TECIDO:
Faça um círculo de mais ou menos 30cm de diâmetro com o tecido que você escolheu, vá costurando a mão na parte superior deixando + ou – 7cm sobrando para cima para ser a borda da peteca, depois coloque areia de praia ou outra dentro do círculo que agora virou um saco. Pegue uma rolha de garrafa e coloque nela 4 ou mais penas sintéticas, passe cola em volta da rolha, coloque-a dentro da base que você colocou a areia passando mais cola na borda da base junto às penas. Agora feche a base da peteca terminando a costura e arrematando com cola. Deixe secar. Está pronta!

*
*AGORA É SÓ JOGAR, MAS, NÃO VÁ DEIXAR A PETECA CAIR!!!*


*Prática de Jogos indígenas numa saída pedagógica ao Pico da Coragem com meus alunos de Japeri - No Pico da Coragem pratica-se salto de Asa Delta. São 5.400km de subida, Lindo demais!*




*Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Peteca
*http://www.imagesgoogle.com
*Atividade pedagógica com os alunos de Japeri no Pico da Coragem-Japeri - RJ. *Confederação Brasileira de Petecas - Regras oficiais:http://www.santamonica.rec.br/pdf/regras_oficiais_do_desporto_da_peteca.pdf

domingo, 10 de janeiro de 2010

♫A NOITE E O SOM DA LENDA MUNDURUKU♫

*
Daniel Munduruku conta, em seu livro As Serpentes que roubaram a noite e outros mitos, que Karu Bempô, jovem guerreiro da tribo dos mundukuru, visitou por três vezes a morada da serpente em busca da noite. Na primeira visita, Karu Bempô ofereceu à serpente, em troca da noite, um arco e flecha. O presente foi recusado por Surucucu, a serpente, que justificou não ter os braços para usá-lo.

Na segunda visita, a oferta era uma matraca(instrumento musical) que prontamente foi amarrada no rabo da serpente. Entretanto, ela não possuia força suficiente para chacoalhar o instrumento, pois, a matraca era muito pesada. Mesmo assim, Surucucu deu a Karu Bempô um saquinho com um pouquinho da noite. Ao chegar na tribo, o saquinho foi aberto e de dentro dele a noite saiu e escureceu tudo. Imediatamente, guerreiros e animais dormiram profundamente. O sol escaldante que brilhava sem cessar permitiu que pessoas e animais repousassem um pouco.

Porém, isso durou pouco tempo, e logo o sol voltou a brilhar alegremente. Vendo que a quantidade de noite não era suficiente para o descanso dos mundukuru e dos animais, Karu Bempô voltou ao ninho da serpente. Esta o esperava com um saco bem grande, cheio de noite, pois, sabia que ele voltaria. Surucucu exigiu um pote de veneno em troca da noite mais longa, e prometeu que usaria o veneno com bastante cuidado para não ferir as pessoas gravemente. Após alguns dias, quando a troca foi realizada, Surucucu alertou Karu Bempô que o saco só poderia ser aberto depois de algumas horas para que desse tempo de o veneno ser distribuído com critério entre as cobras da floresta.

Porém, quando Karu Bempô chegou na aldeia, o desespero do seu povo era tanto que acabaram arrancando das suas mãos o grande saco. Ao cair, ele se abriu e todo o universo foi invadido pela mais profunda escuridão. Na floresta, enquanto isso, as cobras avançaram no veneno e serviram-se dele sem nenhum cuidado. Assim, aquilo que deveria ser distribuído em quantidade pequena, apenas para que pudessem se defender das pessoas, transformou-se numa arma perigosa e fatal tornando as cobras inimigas mortais de outros animais. Os munduruku e os animais, por sua vez, gostaram muito de conseguir a noite de volta para descansar e iniciar o dia de trabalho com força e disposição.


*Este é o escritor Daniel Munduruku. Ele nasceu em 1964, em Belém do Pará. Cresceu ouvindo histórias indígenas na aldeia construída nos arredores da cidade. É formado em Filosofia e licenciado em História e Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP).Trabalhou com meninos de rua. Vive em São Paulo, onde fez pós-graduação na USP sobre o povo munduruku. Índio da nação tupu munduruku, Daniel é autor premiado de vários livros sobre a cultura indígena.
*
*Este texto foi baseado no livro AS SERPENTES QUE ROUBARAM A NOITE E OUTROS MITOS, de Daniel Munduruku. São Paulo: Peirópolis, 2001.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

* Em Uma Parte do Nosso Folclore Estão os PROVÉRBIOS AFRICANOS: Tradição Oral na Educação das Crianças, Contudo, há ditos parecidos no mundo todo*


*Os PROVÉRBIOS são geralmente frases que representam imagens ou situações cuja moral tem o objetivo de advertir, ensinar e os africanos utilizam-no inclusive para esclarecer pontos obscuros em uma determinada situação. Devido o importante significado da tradição oral os provérbios africanos são indispensáveis na educação de crianças e jovens na África com um todo.

*Para o estudioso Arthur Ramos(1934), os PROVÉRBIOS africanos são literaturas anônimas e compõem um todo diversificado entre Adivinhas, Ditos, Jisabu(adágios ou provérbios), Misoso(contos ou apólogos), Jinongonongo(enigmas ou adivinhações), Mabunda(cantigas usadas nos batuques), Jiselengenias(satíricos e ou eróticos) etc.


*Entretanto, este mesmo autor observa que foram encontrados em diversos povos do mundo em todos os continentes formas semelhantes de expressão do pensamento, o que mostra que o sentir dos povos e a sabedoria das nações em assuntos da vida prática equivalem-se por toda parte sem consideração a climas ou etnias. Mais uma vez podemos entender que somos uma única raça: A raça HUMANA!
*
*Vejamos agora alguns provérbios africanos que entre os povos Bantus(muitos deles compuseram a população do Rio de Janeiro) é muito difundido em sua tradição oral, mas, também observe os correspondentes destes provérbios no Brasil e outros em Portugal:
*
*MUNTU CAIKIPE CHIÁ UCUEZA CUNHIMA*
(Ninguém conhece o futuro - Angola)
*
*MÁZUI MACÚIA NI RUQUINDO*
(As palavras vão com o vento - Angola)
(As palavras o vento leva - Brasil)
*
*UCUSALA UAQUENE DIJINA DICI, CÚIA MUTURO*
(Faz grande o teu nome, vai dormir - Angola)
(Criou fama, agora deita na cama - Brasil)
*
*MUZUERI RONENE KALUNGUÊ*
(O falador grande não tem razão - Angola)
(Cão que muito ladra não morde - Brasil e Portugal)
*
*UKEMBU UÁ PÉTU, MOXI ISUTA*
(Beleza de almofada, dentro trapos - Angola)
(Por fora cordas de viola, por dentro pão bolorento - Portugal)
(Por fora bela viola, por dentro pão bolorento ou
Por fora muita farofa, por dentro mulambo só - Brasil)
*
*UKAMBA UA NDINGUE UTUNDA MU XANGA*
(Amizade de criança nasce no apanhar da lenha - Angola)
(De pequenino se torce o pepino - Portugal e Brasil)
(É de pequeno que se aprende - Brasil)
*
*FUMA RIAFUÁNÊNA O MBEMBA, MBEMBA KASABIÊ KULENDE*
(A fama deu fama ao mbemba, o mbemba nem comeu um cacho -
O mbemba angolano é uma ave que, neste provérbio, substitui o piriquito do anexim brasileiro - Angola)
(Papagaio come milho, Periquito leva a fama - Brasil e Portugal)
*



*Fontes:
*LOPES, Nei. ENCICLOPÉDIA DA DIÁSPORA AFRICANA. São Paulo: Selo Negro, 2004.
*RAMOS, Arthur. O FOLCLORE NEGRO DO BRASIL(1935).3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

♫AMARELINHA MUSICAL: TRADIÇÃO E CRIATIVIDADE♫

♫AMARELINHA: UM JOGO PARA ACERTAR O ALVO, EQUILIBRAR-SE NUM PÉ SÓ, PULAR, CHEGAR AO CÉU E ATÉ CANTAR AS NOTAS MUSICAIS♫
Muitas das nossas brincadeiras populares vem de Portugal, da França e da África. A Amarelinha vem do francês la marelle, que por adaptação popular ganhou a associação com amarelo e o sufixo diminutivo inha. A Amarelinha (Macaca, em Portugal) é uma brincadeira muito antiga, fazendo parte do nosso folclore. Há muitas variações do jogo de amarelinha, entretanto, só encontrei na web e em livros versões com números e ritmos musicais dentro dos quadrados. Trago então a versão que eu uso para dar aulas de música com notas musicais e uma música ilustrativa. Mas antes vamos ver a história desta brincadeira:
A AMARELINHA É conhecida por diversos nomes:
Em Portugal há outras variações: jogo da macaca, jogar ou saltar à macaca (no norte), e ainda jogo-do-homem e pé-coxinho.
*Em
Moçambique chama-se avião ou neca.
*No
Rio de Janeiro (Brasil) pode ser ainda academia ou cademia e marelinha.
*Na
Bahia e no Pará, (Brasil), diz-se pular macaco ou macaca, semelhante a Portugal.
*Em
Minas Gerais (Brasil) é maré.
*No
Rio Grande do Norte (Brasil) é avião, como em Moçambique.
*No
Rio Grande do Sul (Brasil) é sapata.
*Na
Espanha a brincadeira é chamada: cuadrillo, infernáculo, reina mora, pata coja ou rayuela.
*No
Chile e no Peru é a rayuela.
*Na
Colômbia é chamada coroza ou golosa.
*Nos
Estados Unidos é hopscotch.
*Na
França, por fim, é la marelle, denominação que deu origem a amarelinha, marelinha e maré no Brasil.
*Na
Galiza o jogo tem vários nomes: a chapa, truco, mariola, peletre, cotelo, macaca, estrícula, entre outros. Apesar de que hoje a sua prática esteja muito reduzida, tempos atrás jogou-se em mais de 40 desenhos diferentes.
REGRAS BÁSICAS em uma das versões do jogo da Amarelinha:
*
O
jogo consiste em pular sobre um desenho riscado com giz no chão, que também pode ter inúmeras variações. Em uma delas, exemplificada na figura ao lado, o desenho apresenta quadrados ou retângulos numerados de 1 a 10 e no topo o céu, em formato oval.
*
Tira-se na
sorte quem vai começar. Cada jogador, então, joga uma pedrinha, inicialmente na casa de número 1, devendo acertá-la em seus limites. Em seguida pula, em um só nas casas isoladas e com os dois nas casas duplas, evitando a que contém a pedrinha.
*
Chegando ao céu, pisa com os dois pés e retorna pulando da mesma forma até as casas 2-3, de onde o jogador precisa apanhar a pedrinha do chão, sem perder o equilíbrio, e pular de volta ao ponto de partida. Não cometendo erros, joga a pedrinha na casa 2 e sucessivas, repetindo todo processo.
*
Se perder o equilíbrio, colocando a mão no chão ou pisando fora dos limites das casas, o jogador passa a vez para o próximo, retornando a jogar do ponto em que errou ao chegar a sua vez novamente.
Ganha o jogo quem primeiro alcançar o céu.
*
Em uma outra versão, mais
complexa, o jogo não termina aí. Quem consegue chegar ao céu vira de costas e atira a pedrinha de lá. A casa onde ela cair passa a ser sua e lá é escrito o seu nome (caso não acerte nenhuma, passa a vez ao próximo jogador). Nestas casas com "proprietário", nenhum outro jogador pode pisar, apenas o dono, que pode pisar inclusive com os dois pés.
Nesta versão, ganha o jogo quem conseguir ser dono da maioria das casas.
*
♫VERSÃO COM AS NOTAS MUSICAIS♫
♫SÓ PARA DEIXAR CLARO, NÃO SEI QUEM INVENTOU ESTA VERSÃO MUSICAL, MAS, COMO NÃO ACHEI UM DESENHO COM AS NOTAS MUSICAIS ESTA AÍ FUI EU QUE FIZ.
♫Para crianças que estão aprendendo a ler terão que ler o nome das notas musicais nos quadrados. Para aquelas que estão aprendendo os sons das notas, ao chegar em cada quadrado deverão cantar o som das notas musicais. Repare que as notas na vertical possuem a distância de um Tom na escala diatônica e as notas na horizontal possuem a distância de um Semitom. Quando a pedrinha estiver em certa casa e a criança tiver que pular esta casa não deve cantar a referida nota musical. Não é tão fácil de executar, mas, a criançada se encanta com o desafio. Tente fazer!
*
♫AMARELINHA♫
( Música e Letra de Aurea Charpinel )
Gosto de pular a amarelinha com você
Meu bem, que bom
No céu eu vou entrar...
Gosto de cantar a amarelinha, só porque
Começa com o verbo amar.
*
Amarelinha
Amar é lindo
Amar é lenha
Que aquece o nosso coração...
*
A gente pulaA gente grita
A gente canta bem feliz uma canção.
Pula, pula a amarelinha, meu amor
Bate, bate no meu peito a emoção.
Quero ir com você aonde você for
Segure, por favor, a minha mão...
*
♫Ouça a Música em Mp3 neste endereço:♫

*Fontes:

http://www.overmundo.com.br/banco/amarelinha

http://pt.wikipedia.org/wiki/Amarelinha

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

♫PARA O DIA DE REIS "CASA MARACATU" DIA DE VISITAS, PRESENTES, FOLIAS♫

*♫CASA MARACATU É UMA MÚSICA DO NOSSO FOLCLORE POUCO CONHECIDA NO RIO DE JANEIRO E PELA LETRA FAZ LEMBRAR O COMEÇO DO SÉCULO XX COM UMA LINGUAGEM HUMILDE FAZENDO REFERÊNCIAS AOS EUA. QUE ELA SEJA MERECEDORA DE BONS PRESENTES E MOTIVO DE BONS PRESSÁGIOS NO ANO QUE SE INICIA!*
*
*♫ CASA MARACATÚ♫*
*

Que casa é essa

Parece um tesouro

Varanda de ouro

Chega lumiá

*

Que casa é essa

Parece um tesouro

Varanda de ouro

Chega lumiá

*

Parede Cristal

O telhado de vidro

No Estados Unidos

Não tem outra igual.

*


*Fonte: Tradição Oral
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