domingo, 7 de fevereiro de 2010

*A MÁSCARA PODE MUITO*



No Ocidente, a máscara foi utilizada primeiro na Grécia Antiga, todos os anos, durante as festividades de Dionísio, o deus do vinho e da fertilidade. Como o vinho vem do suco da uva e tem de ficar pelo menos três meses fechado num recipiente para ficar pronto, essas festas aconteciam logo depois que se abriam os barris de vinho produzidos no ano anterior. Nessa data, todos bebiam, cantavam e dançavam. Dizem que essas festividades dos povos antigos deram origem ao carnaval. Pois não é que nas cerimônias para o deus Dionísio usava-se uma máscara porque se acreditava que, assim, ele estaria presente entre as pessoas durante a festa.


O teatro é uma arte que explorou frequentemente a magia das máscaras. No Japão, por exemplo, utilizam-se máscaras no palco até hoje, para marcar bem as características dos personagens. Em muitas culturas ditas primitivas da África, da América e do Oceano Pacífico, as máscaras são usadas em cerimônias religiosas. São feitas de diversos materiais naturais como madeira, fibras, palhas, barro, chifres, conchas, plumas, peles de animais, pedras, tecido ou espiga de milho, entre outros. Em algumas tribos indígenas, por exemplo, cabe aos índios mais idosos usá-las durante rituais para curar doentes, espantar maus espíritos ou cerebrar casamentos e ritos de passagem - cerimônias nas quais os meninos e as meninas do grupo passam da infância para a idade adulta.


Hoje em dia, ainda utilizamos máscaras em festas. Uma das datas em que elas aparecem é o Dia das Bruxas, Halloween, comemorado no dia 31 de outubro, principalmente nos Estados Unidos. Nesse dia, as pessoas usam máscaras e fantasias inspiradas nos filmes de terror e saem às ruas coma intenção de assustar os outros. Outra festa de máscaras bastante marcante acontece em fevereiro, no Brasil. É o Carnaval, quatro dias de alegria durante os quais os foliões se fantasiam e usam máscaras para brincar e dançar.

As máscaras nos ajudam a viver personagens e situações que muitas vezes não imaginamos como seria. O inconsciente pode provar a sensação de ser o outro através do ato de fantasiar e expressar aquele que não somos cotidianamente. Muito se pode observar de ações curativas tanto no Pajé que se enfeita com máscaras para receber espíritos curativos, como no religioso africano que detrás de suas máscaras promove a cura. Assisti a um filme africano chamado "O Vôo da Máscara" e o personagem principal falava da importância da máscara para sua tribo. Num dos assuntos tratados sobre a máscara o narrador do filme usa a máscara para uma fuga da aldeia para a cidade e ele explica que ele não podia sair da aldeia por várias razões, mas, afirma que naquela cultura "A Máscara pode tudo".

Denise Guerra.


*Fonte:

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